segunda-feira, 27 de julho de 2009

A culpa não é da igreja.

Não acho possível que uma pessoa consiga manter-se cristã distante da Igreja. Obviamente, não me refiro à igreja como instituição, como templo ou clube social, mas à igreja como ajuntamento de pessoas, como portal de comunhão, como fonte de congraçamento espiritual. Reproduzindo o que muitos crentes costumam dizer, “a brasa retirada da fogueira se apaga”. E é a mais pura verdade. Precisamos uns dos outros.

No entanto, não dá para jogar em cima desse grupo de irmãos, que conta com a liderança de um pastor e encontra-se sob a orientação de Deus, a responsabilidade pelo fracasso ou pelo sucesso de nossas caminhadas. Minha jornada pode até ser abençoada por eles, mas jamais escrita por eles. Não tenho e nem posso usá-los como desculpa para os meus próprios descaminhos.

Minha vida espiritual depende de mim; não da igreja. Por mais importante que ela seja, não é possível culpá-la, inocentando na outra ponta minha apatia, falta de compromisso e escolhas equivocadas. Se a Igreja vai bem, vou bem; se ela cresce, eu cresço; se ela abençoa, eu abençoo; Fácil observar que a qualidade desse ‘caminhar’ passa pelo tempo despendido na leitura da Palavra, pelas horas consagradas à oração, pelos investimentos realizados na Obra, pelas primícias alçadas ao trono da graça, por um coração, enfim, verdadeiramente sincero.

Reverberando o que muitos não se cansam de repetir, uma coisa é freqüentar uma igreja; outra, é ter uma vida de adoração, intimidade e comunhão com Deus. 'Vida com Deus' não se mede pelo número de vezes que se vai a um templo, mas pela quantidade de vezes que se faz a vontade Dele; "vida com Deus" não é escrita por chavões de natureza gospel, mas pela Palavra que um dia fluiu do Seu Santo Espírito; “vida com Deus” não vem de igrejas de pedra, mas do sangue vertido na cruz do calvário.

Que apesar das minhas falhas como crente, Deus continue colocando no meu coração a sensação clara de que eu posso mais, a percepção exata de que minha caminhada é sofrível, a precisa convicção de que eu O tenho entristecido muito mais do que alegrado. Que Ele jamais permita que minha mente, bombardeada pelo eterno “vou melhorar”, seja cauterizada e, assim, pare de ser alertada pelo Seu Espírito.

A onisciência de Deus é para mim um alento visceral. Só Ele pode sondar minha mente e o meu coração. Por isso, apesar de tudo, mesmo marcado por uma miserabilidade aterradora, por uma vidinha espiritual tosca e por uma infidelidade glacial, conheço a tristeza que Ele vê na minha alma. Sei que Ele vê o quanto quero crescer e abandonar essa letargia que só me faz parecer com todos àqueles que, ao longo dos anos, acostumaram-se, apenas e tão-somente, a freqüentarem os cultos de suas igrejas e a andarem, comerem e falarem como crentes.

Um comentário:

Jacy disse...

Alex, é sempre muito bom compartilhar com outros as nossas próprias inquietações. Torna-nos mais humanos, mais unidos. Como sempre digo, não dependa de suas emoções ou do fogo intenso para lhe impulsionar à oração ou leitura da Bíblia; não dependa de anjos ou manifestação sobrenatural que lhe arraste ao quarto para a presença do Senhor; não confie na sua carne. É pelo bem mais precioso que Deus nos deixou que Ele quer que nos apeguemos a Ele: VONTADE (LIVRE ARBÍTRIO). E se até isto lhe faltar, arraste-se. Lembre-se de Paulo: "Eu esmurro o meu corpo e o reduzo à servidão". É o seu homem interior que receberá o vento do Espírito, vivificando a sua alma. Apenas comece!