
A liberação do perdão tem sido uma das armas mais poderosas utilizadas na solução dos problemas da alma, que se apóiam na angústia gerada por traumas dolorosos do passado. O perdão liberado produz cura instantânea ou processual, mas sempre produz um resultado benéfico. A liberação do perdão suscita benefícios que abrangem o homem na sua totalidade (espírito, alma e corpo) e, dentro dessa visão tridimensional, podemos ter os seguintes prejuízos, caso resolvamos não libera-lo.
Prejuízos espirituais – Aprendemos que o espírito é a dimensão do homem, responsável pela comunicação com Deus, e que o perdão não liberado traz prejuízos na comunicação com o Senhor, uma vez que, biblicamente falando, existem dois tipos de perdão: perdão vertical, que parte de Deus para o homem, e o perdão horizontal, que parte do homem para o homem. O perdão vertical é condicional, ou seja, se não perdoarmos, Deus não nos perdoará (Mt 6.12-15). Quanto ao perdão horizontal, este é incondicional, porque somos tão pecadores quanto àquele que nos ofendeu e, por isso, independentemente das condições, a ordem de Deus é: perdoe! (Ef 4.32; Cl 3.13).
Resumidamente, o primeiro nível significa Portas Fechadas para Deus. Todavia, existe um segundo nível a ser analisado: não perdoar faz com que o ‘inimigo de nossas almas’ tire vantagens sobre nós, como afirma a Bíblia em II Co 2.10,11. Assim como o prejuízo espiritual no primeiro nível é o corte do relacionamento com Deus, no segundo nível, é o início de um relacionamento com satanás. Não existe um conflito psicológico que não seja espiritual; e espiritual que não seja psicológico, pelo fato de que alma e espírito são inseparáveis entre si, sendo divididos apenas pela Palavra de Deus (Hb 4.12). Portanto, as amarguras e doenças da alma promovem, como um todo, a retenção do perdão, que, por sua vez, abre portas para a ação de demônios. Lembre-se de que pelo fato de o perdão não ter sido liberado, o canal de comunicação com Deus foi cortado e, consequentemente, ele será ocupado por demônios de amargura, que irão aprisionar você ao passado, cegando-o para a alegria da cura.
Prejuízos psicológicos – Não perdoar acarreta prejuízos emocionais que podem durar até à morte. A alma, como sede das nossas emoções, sobrecarrega-se em angústias simplesmente pelo perdão não liberado. Quando não perdoamos, somos atormentados psicologicamente, realidade que a Bíblia chama de “verdugos atormentadores” (Mt 18.34). Nessa passagem, ao analisarmos o contexto, veremos que um homem não perdoou seu conservo, assim como o rei o havia perdoado. Como resultado, o rei mandou prende-lo para ser entregue nas mãos de atormentadores ou verdugos. Verdugos, no que se refere ao prejuízo psicológico, simbolizam as lembranças amargas do passado que povoam a mente como se estivessem no presente. A cena dói como se estivesse acontecendo no momento da lembrança. Pessoas, cenas e objetos são evitados ao máximo quando estamos nas mãos dos verdugos, que causam insônia, inapetência, pesadelos e um medo extremo dos relacionamentos interpessoais.
Prejuízos físicos – Não perdoar gera doenças psicossomáticas, ou seja, como resultado dos problemas da alma, o físico se abate e adoece. Geralmente, as pessoas angustiadas tendem a sentir palpitações cardíacas (taquicardia), dores de cabeça latejantes (enxaquecas) e toda sorte de perturbações orgânicas. Somente a liberação do perdão poderá trazer a cura destes males. Lembre-se de uma coisa importante: o perdão não justifica o ofensor, porém cuida do ofendido. Jesus não nos mandaria perdoar setenta vezes sete se isso não nos fosse benéfico. Ele não nos induzia a perdoar para justificar pecados alheios, mas, sim, para vivermos bem em nosso espírito, alma e corpo. Isso fica claro quando Ele, ao instruir os discípulos acerca do perdão, destaca a seguinte frase: “Olhai por vós mesmos” (Lc 17.3). Extraído do livro "Vencendo Conflitos", do Pastor Marcos Antônio Joaquim. Logo abaixo, as duas últimas partes deste texto.
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