quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Batalhas internas

Entendo que é muito mais fácil evangelizar uma pessoa comprometida com uma doutrina equivocada do que alguém indiferente ao mundo espiritual. Todo cego daria tudo para enxergar e, mais do que isso, para ser agraciado com a "visão verdadeira". O indiferente, no entanto, prefere não ser incomodado, não ser chateado, não ser perturbado no seu mundo corroído pelo comodismo, pela letargia e por um total e inebriante desinteresse pelas realidades existenciais.

Durante os Encontros com Cristo da Igreja Batista Lindinópolis, observo sempre o comportamento dos encontristas e, por extensão, dos encontreiros. Acho interessante o fato de que muitos de nós, encontreiros, ficamos felizes quando notamos um encontrista alegre, sorridente e, aparentemente, feliz por estar ali. Por outro lado, sentimos uma grande apreensão ao vermos encontristas com a "cara fechada", tenso e visivelmente contrariado por ter aceito aquele convite.

Ocorre que, nem sempre, aquele que está se desmanchando em sorrisos acaba tendo um encontro verdadeiro com Cristo. Muitas vezes, ele está feliz porque gostou da organização, da comida e do final de semana surpreendentemente divertido. Por outro lado, o sujeito carrancudo, suando em bicas e que, de repente, já pediu até para ir embora daquele lugar repleto de crentes é que acaba se arrependendo e aceitando o Deus vivo. Isso acontece porque enquanto o outro estava se divertindo, ele estava sendo moído por dentro, abrigando no seu interior uma luta intensa entre suas inclinações e a força da mensagem única do Evangelho. Por isso, a cara fechada, a relutância, a contrariedade.

E não dá para ser diferente. O sujeito passou o final de semana lutando, sofrendo, chorando, amando, odiando, rejeitando, aceitando, remoendo valores, comparando propostas, por fim, vislumbrando a possibilidade de um novo futuro, mas ainda com os olhos no passado. No fundo, ele passou o encontro inteiro clamando para que a miserabilidade de sua existência não impedisse mais uma vez que o Espírito Santo entrasse no seu interior como um raio que rasga a noite para ser luz na escuridão, como uma gargalhada de vitória que põe fim a um silêncio sem propósitos, como um pai que tira seu filho do grande pesadelo.

No final de outubro e início de novembro, minha igreja estará realizando seu nono Encontro de Casais com Cristo. Estejamos todos, desde já, orando pela vida dos líderes espirituais, Pastor Pedro e irmã Nádja Chagas, pela vida de cada um de nós, encontreiros, e também por aqueles que, com certeza, já estão sendo convidados. Que mais uma vez Deus derrame bênçãos sem medida sobre aquele lugar, que existências sejam alcançadas, marcadas e transformadas pelo poder do Evangelho e que nós, que estaremos trabalhando, cresçamos um pouco mais na graça e no conhecimento do Senhor Jesus. Shalom!

Um comentário:

Andréa Machado disse...

Interessante a sua reflexão. Acho que é por aí mesmo. O choro, muitas vezes, fica bem mais perto do Trono da Graça do que o riso fácil.