sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Conversando com Deus

“E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8:26).

Demorei muito para me libertar da errônea percepção de que eu não sabia orar. Não na concepção demonstrada por Romanos 8:26, é claro. Mas no sentido puramente estilístico, eloqüente, verborrágico.

Fustigado por um perfeccionismo latente, sempre sofri por não conseguir orar da mesma forma que alguns irmãos, pródigos em palavras e donos de uma fluidez lingüística invejável (mesmo não existindo inveja santa).

Graças a Deus, o tempo revela e nos cura de muitos males. Depois de muito sofrimento, percebi, finalmente, que o Pai Celestial está se lixando para palavras bonitas, frases de efeito e expressões empoladas.

O que O move é a sinceridade da oração. O que O enternece é o coração verdadeiramente contrito. O que O sensibiliza é o derramamento da alma.

Vencido esse padecimento desnecessário, hoje acho até engraçada a postura de muitos irmãos diante da oração. É incrível. Mas se prestarmos atenção notaremos que muitos oram rigorosamente da mesma forma. Utilizam a mesmas palavras, as mesmas expressões, os mesmos lugares-comuns.

Ainda não entenderam que orar é conversar com Deus.

Eu não converso com um colega de trabalho da mesma maneira que converso com minha mulher. Da mesma forma, o diálogo travado entre dois adultos não pode ser o mesmo estabelecido entre um adulto e uma criança. O foco não é o mesmo. A relação, também não. A intimidade, muito menos. Tampouco estão presentes os mesmos temas, inquietações ou argumentos.

Como, então, conversar com Deus sempre da mesma forma? A partir dos mesmos moldes, percorrendo os mesmos caminhos, visitando os mesmos cenários, reproduzindo as mesmíssimas experiências?

Graças a Deus, percebi que a oração não deve ser utilizada para colher admiração ou para impressionar quem quer que seja. Ela deve ser usada para buscarmos uma maior intimidade com o Pai, para conhecê-Lo cada vez mais e, de forma mais corriqueira, para que as nossas petições sejam ouvidas.

“...quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente” (Mateus 6:6).

2 comentários:

Leandro Teixeira disse...

Um ótimo texto, meu irmão. Com certeza, já eu mesmo vivi esta situação que narraste. Ficava até mesmo envergonhado por não orar de forma tão 'poderosa' quanto outros ao meu lado. Engraçado que, depois que 'cai a ficha', percebi que poderoso mesmo é Deus para até nesta hora nos ajudar em nossas dificuldades.

Em Cristo,

Leandro Teixeira

http://liberdadeepensar.blogspot.com

Elenilda Gramiscelli Sales disse...

A paz irmão!

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Em Cristo;

Elenilda Gramiscelli Sales