Dia desses, durante uma reunião de oração, uma irmã convertida há mais de 25 anos, lembrou que a atual igreja cristã não prega mais a ‘volta de Jesus’, mensagem reproduzida nos púlpitos do passado insistentemente.
Na seqüência de sua reflexão, a irmãzinha trouxe de volta um pouco da igreja de seus pais e avós, época em que "os cristãos permaneciam vigilantes e não se preocupavam tanto com a construção de uma existência secular".
“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por isso, estai apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis”. Mateus 24.
Uma nuance interessante da fala dessa irmã reside no fato de que, se já não esperamos a volta do nosso Senhor, em parte por não achá-la iminente, nos acostumamos com esta vida e, pari passo, acabamos deixando de ‘conceber, edificar e fortalecer tesouros espirituais para acalentar sonhos terrestres’.
“O sinal mais evidente da volta de Jesus é justamente o total esquecimento dessa realidade espiritual. Temos visto, no bojo disso, o amor de muitos esfriando, caminhadas que reproduzem a experiência das “virgens loucas", a igreja morna de Laodicéia e inúmeras outras coisas anunciadas na própria Palavra como prenúncios inequívocos do final dos tempos”, reconheceu.
Por conta de tudo isso, a fé tem ficado em segundo plano, a oração está sendo deixada sempre para mais tarde e a leitura da palavra tornou-se dinâmica. Não precisamos mais estar tão vigilantes. Jesus, provavelmente, não virá agora.
Desnecessário (e até infantil) lembrar que esse engano foi engendrado nas profundezas do inferno, regado por muito comodismo, apego a esta vida, desconhecimento das Escrituras e uma dose cavalar de congelamento espiritual.
Mas se a volta de Cristo é certa, inexorável e, quem sabe até iminente, porque os ministros da palavra pararam de pregá-la? O sermão saiu de moda? A exegese foi modificada? Ou será que a reafirmação de um fim terrestre iminente deixou de ser interessante em função da flagrante secularização da igreja?
Voltar a pregar ‘o retorno de Jesus’ é necessário para que nós, cristãos, despertemos do humanismo latente, do delírio triunfalista e da sensação equivocada e malígna de que o retorno do Filho do homem é algo abstrato ou, pelo menos, bem distante.
Acima de qualquer coisa, esse sermão precisa voltar aos púlpitos para que o ‘congregar’ torne-se cada vez menos festivo e infinitamente mais espiritual, visando recolocar nos corações a iminência do grande dia. O Dia do Senhor Jesus.
6 comentários:
Mais um belíssimo texto do Evangelho da Graça. Vou, inclusive, Alex, utilizá-lo em uma reunião que acontecerá aqui em casa na próxima sexta-feira.
Beijo grande!
Nossa. Que texto, hein, irmão?
Muito bom.
E a mais pura verdade.
Quem quer mais pregar sobre isso?
Neguinho só quer saber de Teologia da Prosperidade. O resto...
O movimento de Subversão do Reino também precisa paternalizar isso. O mais rápido possível.
Em Jesus,
Havia um slogan, se não me engano de uma gravadora, que dizia: "Vivamos hoje como se Jesus voltasse amanhã".
Infelizmente não alcancei esse tempo. Já me converti numa época de frouxidão espiritual generalizada! Mas sei o quanto a disciplina espiritual, a busca pela santidade e pelo agradar a Deus, a esperança renovada pela volta do Senhor e a preparação de mente e coração para o grande encontro são absolutamente urgentes e imprescindíveis para que possamos estar de pé diante do Filho do Homem.
O problema, irmão, é que a atual igreja resolveu se antenar nas coisas modernas. Pregar que Jesus está voltando tornou-se cafona.
Graça e Paz, Alex
Infelizmente, muitos preferem pregar sobre riquezas, vitória financeira, unção disso, unção daquilo, do que simplesmente pregar o Evangelho. Belo texto!! Parabéns pela postagem!
Um abração!
Obrigado, Marcos.
Esse é um tema que, sem dúvida alguma, precisa voltar à ordem do dia. Quem aguenta mais ouvir sermões sobre vitória? Quem caminha com Jesus não precisa ser bombardeado com esse tipo de coisa. Cristo é a nossa maior e mais importante vitória.
Em linhas gerais, Caio Fábio vem pregando uma revolução e não uma outra reforma. Concordo em parte com ele. Na verdade, acho que a igreja deveria apenas voltar ao seu início. Nada mais que isso.
Mais uma vez, obrigado pela visita e pelo enriquecedor comentário.
Nele,
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