Com muito doce, farra e, claro, presentes, está sendo comemorado hoje em todo o país o Dia das Crianças. Aproveitando essa data, gostaria de refletir com os irmãos sobre esses seres tão especiais. Seres que se tornaram, nas pregações de Jesus, verdadeiros referenciais cristãos, a ponto do Mestre declarar que, se nós, discípulos, não vivêssemos como uma criança “não entraríamos no reino dos céus”.
O que Jesus queria nos ensinar com essa analogia?
Os pregadores sempre ressaltam as qualidades das crianças que precisamos cultivar na nossa caminhada cristã, entre elas a pureza e a humildade. De fato, a ausência de malícia, de astúcia e de uma convivência menor com o mal tornam as crianças mais maleáveis aos ensinamentos dos mais velhos. Minha avó sempre dizia que a criança é uma massinha de modelar, cabendo, principalmente aos pais, a formação do seu caráter.
Ao sermos puros de coração nos tornamos abertos à mensagem do Evangelho e à essência da doutrina cristã. Ao nos despirmos da nossa soberba e auto-suficiência nos tornamos verdadeiramente humildes de coração.
O zelo de Cristo pela inocência dos pequeninos é tamanho ao ponto de fazê-lo proclamar que “é melhor pendurar uma pedra no pescoço e se atirar no mar do que os fazer tropeçar”. Nessa passagem, Jesus não só falava das crianças, mas de todos que creem em seu nome e O recebem como aquelas.
Contudo, eu vejo outro ensinamento na alegoria proposta por Jesus: a confiança e a dependência (totais e incondicionais) que a criança têm em relação aos pais. Confiança que a faz entregar-se por inteiro aos cuidados destes, certa de que eles sempre farão o melhor por ela. Dependência que revela a sua total incapacidade de, por si só, suprir os seus anseios mais básicos.
Outro dia, passando por uma via pública, observei uma criancinha, de cerca de cinco anos, indo para a escola. Agarradinha na mão de seu pai, a criança atravessou confiantemente a rua, cercada de carros buzinando, de ônibus lotados, de motociclistas impacientes. E eu fiquei ali, como uma boba, emocionada, lembrando as palavras do meu Senhor: “Se não vos tornardes como uma criança, não entrareis no reino dos céus”. Orando em espírito, conversei com Deus: ‘Pai, me faz agir, viver e pensar como essa criança, me dá essa confiança irrestrita por Ti, principalmente nos momentos de turbulência, nos momentos em que tudo parece perdido e insolúvel...’
Utilizando o exemplo das crianças, que nós vivamos como cristãos verdadeiramente renascidos: inocentes, puros, confiantes e dependentes do nosso Pai Celestial que nos gerou espiritualmente e agora estende a Sua Mão para nos guiar, orientar e instruir nos caminhos da Vida Eterna, não obstante o trânsito enlouquecido deste mundo.
“Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: ‘Quem é, porventura o maior no reino dos céus?’. E Jesus chamando uma criança, colocou-a no meio deles. E disse: ‘Em verdade nos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como uma criança, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como uma criança, esse é o maior no reino dos céus. E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe”. Mt 18.
Por Jeane Ralile
10 comentários:
E o texto é da ir. Jeanne né? Que legal. Uma ótima liçao que nos mostra o quanto temos para aprender com as crianças.
Um abraço e um bom feriado.
Inté!
É exatamente isso.
Queríamos nós ter por Deus a adoração e a dependência demonstradas pelas crianças com relação aos seus pais.
Nesse aspecto, temos muito a aprender com elas.
Texto muito inteligente.
Parabéns Jeane.
Aliás, esqueci de dizer, parabéns pelo blog. Muito bom. Excelente.
Obrigado, Natália.
Fazemos esse espaço com muito carinho. Esse texto - Pequeninos do Senhor - marca a estréia de minha mulher - Jeane - como colaboradora oficial do Evangelho da Graça. Como estou podendo ver, as pessoas já aprovaram.
Que Deus a abençõe.
Fico muito feliz com as palavras dos irmãos Éverton e Natália. Como toda iniciante estou meio insegura (rss) e o carinho de vcs me fizeram muito bem. Um grande beijo para vcs.
Só assim, voltando a ser criança, ganharemos a possibilidade de agradarmos, efetivamente, ao nosso Senhor, construindo uma relação de confiança, dependência e absoluta intimidade.
Parabéns Jeane. Espero que vc, que estreou como colaboradora, continue escrevendo e que não deixe mais seu marido mandar o blog para a lua ou para lugar ainda mais ermo.
Deus os abençõe.
Na verdade, só para reafirmar comentário enviado antes, fiquei muito chateada com o editor deste blog. Como é que alguém muda o endereço de um espaço virtual e não avisa (antes) as pessoas que prestigiam esse mesmo espaço?
Devo confessar que pensei em não entrar mais ou, pelo menos, de não contribuir mais com novos comentários, uma vez que acho que eles enriquecem qualquer blog.
Depois, refletindo, avaliei que ninguém, a menos que tenha enlouquecido, faz uma coisa dessas de propósito. Por isso, voltei atrás e resolvi voltar a acessar e a escrever. Aviso ao navegantes: tô exercitando o perdão, heim? Por favor, não abusem.
Parabéns pelo texto, Jeane.
Muito bom.
Confiança, dependência, intimidade, obediência e verdadeira adoração.
Eis algumas ofertas que vêm desaparecendo das nossas relação com o Deus Altíssimo.
Larissa, vc não pode imaginar o quanto fiquei chateada com Alex com a mudança do nome do blog e, mais ainda, com a falta de comunicação prévia da mudança.
E como sempre acontece toda vez que ele faz algo sem a minha concordência o resultado é desastroso (e olha que não é praga de mulher...rss). O novo nome deu certo, mas a alteração rendeu dissabores como no seu caso que se aborreceu com toda razão. Ainda hoje sinto falta de pessoas, já queridas, que nos acompanhavam como Andréa por exemplo.
Agradeço imensamente o elogio ao meu humilde texto e mais ainda a sua decisão de permanecer conosco (mais uma pedrinha foi colocada na sua coroa, viu amada? rss).
Um grande beijo e que o Senhor Jesus continue abençoando a sua vida.
Marcos: é verdade, mano... dependência, submissão, obediência são palavras pouco conhecidas e, pior, pouco exercitadas, no cristianismo moderno.
Muitos estão mais interessados nas bençãos, nos sinais, nas profecias, nos dividendos materiais que o Senhor pode lhes oferecer.
Numa completa inversão o homem quer ser servido e não servir ao Deus todo poderoso, buscando formar com Ele não uma relação de amor e entrega incondicional entre Pai e filho, mas uma relação mercantilista, vir e carnal onde o que vale é a famigerada prosperidade material.
Realmente lamentável!
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